Hoje
vim falar sobre o amor... uma necessidade imensa de escrever sobre o tema tomou
conta de mim.
O dicionário
Aurélio destaca, dentre as várias definições de “amor”, o “Sentimento de
dedicação absoluta de um ser a outro, ou a uma coisa”.
Também
é possível encontrar em outros textos sobre o tema a afirmação de que o amor é
o sentimento que provoca verdadeiro entusiasmo por algo.
Em
obras literárias acadêmicas, de autoria de renomados psicólogos, verifica-se
que o amor é fundamental à natureza humana, ou seja, é um sentimento
característico do ser humano, e que tanto pode decorrer de uma experiência determinada,
como surgir de forma inexplicável. (Greenberg & Paivio, 1997)
Considerando
tudo o que foi escrito até agora, pode-se dizer que, em razão de um dado
acontecimento, ou de forma totalmente inexplicável, nós, seres humanos,
desenvolvemos um sentimento em relação a outro ser ou a uma coisa que, devida a
sua intensidade, nos desperta dedicação e um estado de grande alegria. É, isso
é o amor!!!
Nos
últimos três dias experimentei um amor, totalmente inexplicável, que surgiu não
sei como, não sei de onde, por um ser muito fofo: um filhote de gato recém
nascido.
Meu
marido e eu encontramos o filhote abandonado no jardim da minha casa... coitadinho,
ele era tão pequeno, tão novinho, que ainda estava com os olhinhos fechados. Não
tivemos coragem de virar as costas pra ele. Enrolamos o filhote em um pano e
fomos procurar saber o que poderíamos fazer por ele...
Uma
amiga nossa, que é veterinária, nos ensinou a cuidar do filhote. Primeiramente,
era necessário alimentá-lo (ele estava desesperado de fome – gritava muito).
Compramos leite em pó específico para gatos recém nascidos e mamadeira.
A
alimentação precisaria ser feita a cada 2 horas.... e tanto eu, quanto o
filhote, teríamos que aprender a utilizar a mamadeira. Não foi muito fácil
fazer com que ele se acostumasse a se alimentar daquela forma... e pra mim, que
nunca tinha pego em um bichinho tão pequeno e frágil daquele jeito, era absolutamente
desastroso manusear o gatinho e a mamadeira, tudo ao mesmo tempo.
Mas,
depois de algumas tentativas, nós demos bem. E era uma delícia ver ele se
alimentando nas minhas mãos. Por conta da periodicidade das mamadas, passei a
acordar no meio das noites para alimentá-lo... e que saber? Isso não era
sacrifício nenhum pra mim. Fazia com tanto prazer....
Ah,
outra instrução dada pela veterinária: era preciso manter a temperatura do
corpo do filhote estável. Para isso meu marido improvisou uma estufa, feita com
caixa de papelão e lâmpada. Ali ele ficava o dia e a noite toda... bebês gatos
dormem muuuito. Na verdade, não fazem outra coisa a não ser dormir e mamar.
E,
por fim, havia o inusitado tópico das necessidades fisiológicas. Pois é, a
veterinária me explicou que filhotes recém nascidos só fazem as necessidades
quando são estimulados pelas lambidelas da mãe. E, assim, era preciso que eu substituísse
a gata mãe nessa função.
Com
um pedaço de algodão ou gaze, embebido em água morna, era preciso que eu massageasse
a barriguinha do pequeno e, também, o “orifício de saída”, se é que você me
entende??!!
E
acha que isso foi difícil pra mim? Não. Não foi. Eu alimentava o filhote,
massageava sua barriguinha (e outros locais determinados), esperava ele fazer
suas necessidades, limpava o danadinho, trocava o paninho da estufa e, ainda,
conversava com ele.
Estava
tão entusiasmada com a “cria”... Ah, o nome dele foi dado pelo meu marido.. ele
era o Corneta. Quando ele estava
berrando de frio e fome, o barulho que ele fazia era parecido com de uma corneta.
Por isso o nome.
Mas
o destino aprontou comigo... e da mesma forma que o Corneta apareceu, ele se
foi. Sem gemer, sem gritar, sem dar nenhum sinal. Morreu três dias depois que o
encontramos.... Nossa, fiquei mal, muito mal. Chorava como criança. Em tão pouco tempo, criei um sentimento pelo filhote, inexplicável.
Percebi,
então, que o tal do amor me arrebatou.
Percebi
que, de fato, precisamos sempre estar em contato com aquele sentimento que nos
movimenta, nos impulsiona, nos torna alegres e vivos... seja o amor por uma
pessoa, um bichinho, uma atividade, uma profissão, uma fé.... seja pelo que for,
precisamos nos inundar de amor... isso porque tal sentimento é uma característica
nossa, do ser humano. É inerente à nossa existência.
E
porque dizemos que amamos artesanato? Porque é algo que nos traz alegria e
entusiasmo. Desperta dedicação, movimento, força. Nos dá energia.
Sendo
assim, vamos amar.
Este é o Corneta, dormindo em meu braços depois de mamar.
Eu Amo Artesanato...
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